Cópia de Origraffes: Meu Primeiro Festival de Graffiti
- Diogo Polen
- 26 de mar.
- 2 min de leitura
Participar do Origraffes (Original Graffiti Espírito Santo) foi um dos marcos da minha trajetória como artista. O festival aconteceu na comunidade de Feu Rosa, em Serra – ES, um lugar que já foi marginalizado, mas que, através da cultura hip-hop, se tornou palco para arte, aprendizado e transformação. Mais de 100 artistas do Brasil inteiro se reuniram para colorir o bairro e levar inspiração para a população. Além do graffiti, o evento celebrou todos os elementos do hip-hop, com DJs, b-boys e MCs, criando uma experiência completa. Para mim, essa vivência foi uma imersão única no movimento, cheia de trocas, evolução e novas conexões.
Um Mural, Três Grandes Encontros
Durante o festival, tive a honra de dividir um muro com três grandes artistas: M-PRIS (Pará), Gênio (Espírito Santo) e FX (Rio de Janeiro - Capital). Cada um trouxe sua identidade, suas técnicas e sua bagagem cultural, o que tornou a experiência ainda mais rica. Enquanto pintávamos juntos, rolava aquele bate-papo sobre estilos, referências e até sobre a vida fora do graffiti. Esses encontros são um dos pontos mais valiosos dos festivais, porque a gente aprende, ensina e sai dali com novas perspectivas sobre a arte e sobre o que ela representa.

Acolhimento e Cultura Viva
Nossa equipe ficou na rua de trás do evento, onde fomos recebidos de braços abertos pelos moradores. O bar do Seu Milton virou nosso ponto de encontro. Ele era uma figura: irreverente, cheio de histórias e sempre aparecendo com algo novo—uma piada, um artesanato, uma comida ou uma cerveja. Essa conexão espontânea fez a gente criar, sem querer, um evento à parte, onde a arte se misturou com a cultura local de um jeito autêntico. No final, ficou claro que o graffiti não transforma só os muros, mas também cria laços entre as pessoas.

Retribuindo Quem Me Incentivou
O Origraffes foi especial por muitos motivos, mas um deles teve um significado ainda maior para mim: o evento permitia levar um acompanhante, e eu convidei Tio Rick, um grande amigo que foi essencial no meu início no graffiti. Ele já enxergava potencial no meu trabalho antes mesmo de eu acreditar nisso e me colocou para pintar ao lado de artistas experientes no Rio. Dessa vez, foi minha oportunidade de retribuir. Levá-lo para essa experiência, mesmo que ele não tenha seguido no graffiti, foi uma forma de agradecer e compartilhar um pouco dessa jornada que ele ajudou a construir.

Muito Além de um Festival
O Origraffes foi mais do que meu primeiro festival de graffiti. Foi um aprendizado, uma celebração e uma confirmação do poder da arte de transformar lugares e pessoas. Essa foi apenas a primeira de muitas jornadas que ainda estavam por vir.
Comments